terça-feira, 16 de setembro de 2014
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
II MARCHA (INTER)NACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO
Há 36 anos lutamos contra o racismo no Brasil, com solidariedade internacional e horizonte na organização de negras e negros para a construção de um projeto político que supere as subcondições nos impostas.
Nesses anos convivemos lado-a-lado com um Estado genocida, no qual nossa luta por empoderamento e reparação divide tempo com a urgência de sobreviver. Esta sobrevivência se organiza de várias formas, da fuga dos empregos precarizados e informais que tem no negro seu principal alvo à superação dos abortos ilegais e inseguros; do resgate da história perdida, ao combate à violência policial, que faz do homem e mulheres negras vítimas. A cultura do racismo e do medo é base de sustentação da sociedade capitalista.
O Movimento Negro Unificado, desde sua fundação em 1978 luta contra todas as formas de discriminação racial e temos a opinião de que todo preso comum é um preso político. Extraímos a critica ao sistema de segurança que encarcera em massa o povo negro, sob o discurso falacioso de conter a violência. As campanhas “Mano, Não morra, Não mate!”, “Reaja a violência Racial…”, entre outras realizadas anos atrás, tiveram o papel de transpor a barreira do mito da democracia racial e revelar que o racismo sustenta as práticas do Estado Brasileiro.
Identificamos na contemporaneidade que a instrumentalização do racismo fica mais sofisticada e forte a cada dia, maior inclusive do que nossas poucas vitórias (criminalização do racismo, cotas, criação de organismos). Para nós uma duas formas que mais aprofundam os projetos genocidas hoje é: a Violência Policial.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM, do Ministério da Saúde, uma mulher a cada dois dias morre vítima do aborto inseguro; 60% das mulheres que realizaram aborto nos últimos 05 anos estavam na faixa etária de 18 a 29 anos; E o perfil era composto majoritariamente por negras e pobres. Em resposta a esta violência, o que presenciamos são duras reações de ódio e medo das elites - branca e cristã – ao primeiro anuncio do Governo Federal, realizado no ano passado, sobre a inclusão do procedimento de aborto (casos específicos) no SUS. Assim, existe um crescimento exponencial de projetos misóginos, como o estatuto do nascituro, amplamente apoiado pela bancada evangélica no Congresso Nacional e a cultura da vida de umas em detrimento de outras que são negras.
Infelizmente o critério de escolha para estarmos vivas ou mortas é religioso, o sonho do Estado laico fica cada dia mais distante, e as mortes continuam acontecendo às escondidas, pois por ser aborto um crime, muitas mulheres morrem na clandestinidade.
A criminalização da pobreza promovida pelo racismo impõe grandes barreiras ao desenvolvimento dos territórios ocupados pelos negros e negras. A soma racismo + empobrecimento + criminalização, cria um caldo fértil para justificar mais uma vez a ausência do Estado de Direito e a presença do crime organizado. Este último, atual mote das incursões policiais nas favelas, ocupações e periferias das grandes e pequenas cidades, que indiscriminadamente faz vítimas milhões de jovens negros com o discurso da “guerra as drogas”.
Segundo estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - Mapa da Violência de 2014: Os Jovens do Brasil.
O homicídio de jovens em 2012 pode ser considerado, nos termos da pesquisa, como uma “verdadeira pandemia”. Os números são assustadores e revelam que, se em 2012 o IBGE contabilizou 52,2 milhões de jovens, cerca de 26% da população brasileira, o número de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos, neste mesmo período foi de 30.072, equivalente a 53,4% de todos os homicídios ocorridos no pais, cerca 56 mil. O número total de homicídios no estudo é comparado a média de 1,4 “Massacre do Carandiru” todos os dia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E a comparação não é à toa, pois mais de 90% destes assassinatos acometem homens negros, os mesmos que tombaram no presídio de São Paulo em 1992.
Os números acima revelam que a notificação destes casos (que ainda é pouca) trás à tona um fenômeno alarmante, que para nós sempre foi sombra do racismo e na atualidade vem operando com mais fôlego. Somado a esta situação a resposta das elites econômicas e políticas é a aplicação indiscriminada do direito penal, dos projetos inconclusos de redução da maioridade penal e a corriqueira prática dos autos de resistência como elemento preponderante para não investigar as mortes do lado de cá da fronteira racial.
Nesse sentido, a II Marcha (Inter) Nacional contra o Genocídio do Povo Negro é uma estratégia de visibilidade do racismo e combate desta opressão material e simbólica que nos cabe construir. Não se cala diante das baixas que contamos todos os dias e é dever de todo preto que se respeita!
Para nós não existe negociações quando a questão, é estarmos vivos e vivas, como sujeitos de direito. Somamo-nos ao movimento negro nacional e internacional nesta luta e nossas secções estarão nas ruas no dia 22 de Agosto para denunciar Estado e Governos que não medem esforços para nos eliminar.
DIREÇÃO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO
MNU: 36 anos de Combate ao Racismo e ao Genocídio do Povo Negro
Publicado em 22/08/2014
Há 36 anos , que nós militantes do Movimento Negro Unificado, lutamos contra o racismo no Brasil, com solidariedade internacional e horizonte na organização de negras e negros para a construção de um projeto político que supere as subcondições nos impostas. Nesses anos convivemos lado-a-lado com um Estado racista genocida, no qual nossa luta enquanto negros e negras,por empoderamento e reparação divide tempo com a urgência de sobreviver. Esta sobrevivência se organiza de várias formas, da fuga dos empregos precarizados e informais que tem na negrada seu principal alvo, à superação dos abortos ilegais e inseguros; do resgate da história ocultada dos descendentes de africanos, ao combate à violência policial, que faz do homem e mulheres negras vítimas cotidianamente. A cultura do racismo e do medo é base de sustentação da sociedade capitalista eurocêntrica , a mesma que a mais de 500 anos acumula à custa do trabalho escravo no país e que até hoje investe em políticas de limpeza étnica.
O Movimento Negro Unificado, desde sua fundação em 1978 luta contra toda as formas de discriminação racial. Sempre concebemos que todo preso comum é um preso político, desde aí extraímos a critica ao sistema de segurança que encarcera em massa o povo negro, sob o discurso falacioso de conter a violência. As campanhas “Mano, Não morra, Não mate!”, “Reaja contra a violência Racial …”, entre outras realizadas anos atrás, tiveram o papel de transpor a barreira do mito da democracia racial e revelar que o racismo sustenta as práticas do Estado Brasileiro, vivas na execução do Código Penal, na atual política de Segurança Pública e de Drogas.
Identificamos na contemporaneidade que a instrumentalização do racismo fica mais sofisticada e forte a cada dia,negros e negras estão sendo expostos nas ruas a crimes semelhantes a barbárie como o caso Claudia. Para nós, as duas formas que mais aprofundam os projetos genocidas hoje são: a Violência Policial e a Hegemonia de um Estado Eurocêntrico , não laico. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, do Ministério da Saúde, uma mulher a cada dois dias morre vítima do aborto inseguro; 60% das mulheres que realizaram aborto nos últimos 05 anos estavam na faixa etária de 18 a 29 anos; E o perfil era composto majoritariamente por negras e pobres. Em resposta a esta violência, o que presenciamos são duras reações de ódio e medo das elites – branca e cristã – ao primeiro anuncio do Governo Federal, realizado no ano passado, sobre a inclusão do procedimento de aborto (casos específicos) no SUS. Assim, existe um crescimento exponencial de projetos misóginos, como o estatuto no nascituro, amplamente apoiado pela bancada evangélica no Congresso Nacional e a cultura da vida de umas em detrimento de outra (negras). Infelizmente o critério de escolha para estarmos vivas ou mortas é religioso, o sonho do Estado laico fica cada dia mais distante, e as mortes continuam acontecendo às escondidas, pois por ser aborto um crime, muitas mulheres morrem na clandestinidade, subnotificadas.
Se a grande parcela das mulheres negras morre tentando evitar a gravidez indesejada, quando esta etapa é superada filhos e filhas nascem, e a violência é tão pesada quanto à do aborto ilegal e inseguro. Salvo algumas exceções, mães e filhos/as sobrevivem na completa exclusão social, em famílias desestruturadas, e em territórios de conflito. A criminalização da pobreza promovida pelo racismo impõe grandes barreiras ao desenvolvimento dos territórios ocupados pelos negros e negras. A soma racismo +patriarcalimos+ empobrecimento + criminalização, cria um caldo fértil para justificar mais uma vez a ausência do Estado de Direito e a presença do crime organizado. Este último, atual mote das incursões policiais nas favelas, ocupações e periferias das grandes e pequenas cidades, que indiscriminadamente faz vítimas milhões de jovens negros com o discurso da “guerra as drogas”.
Segundo estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais – Mapa da Violência de 2014: Os Jovens do Brasil – o homicídio de jovens em 2012 pode ser considerado, nos termos da pesquisa, como uma “verdadeira pandemia”. Os números são assustadores e revelam que, se em 2012 o IBGE contabilizou 52,2 milhões de jovens, cerca de 26% da população brasileira, o número de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos, neste mesmo período foi de 30.072, equivalente a 53,4% de todos os homicídios ocorridos no pais, cerca 56 mil. O número total de homicídios no estudo é comparado a média de 1,4 “Massacre do Carandiru” todos os dia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E a comparação não é à toa, pois mais de 90% destes assassinatos acometem homens negros, os mesmos que tombaram no presídio de São Paulo em 1992.
Os números acima revelam que a notificação destes casos (que ainda é pouca) trás à tona um fenômeno alarmante, que para nós sempre foi sombra do racismo e na atualidade vem operando com mais fôlego. Somado a esta situação a resposta das elites econômicas e políticas é a aplicação indiscriminada do direito penal, dos projetos inconclusos de redução da maioridade penal e a corriqueira prática dos autos de resistência como elemento preponderante para não investigar as mortes do lado de cá da fronteira racial.
Nesse sentido, a II Marcha (Inter) Nacional contra o Genocídio do Povo Negro é uma estratégia de visibilidade do racismo e combate desta opressão material e simbólica que nos cabe construir. Não se cala diante das baixas que contamos todos os dias é dever de todo preto que se respeita! Para nós não existe negociações quando a questão é estarmos vivos e vivas, como sujeitos de direito. Somamos-nos ao movimento negro nacional e internacional nesta luta e nossas secções estarão nas ruas no dia 22 de Agosto para denunciar o Estado e Governos que não medem esforços para nos eliminar. Frente ao Genocídio do povo negro , nós do Movimento Negro Unificado somaremos e ecoaremos um coro para dizer BASTA DE RACISMO,REAJA A VIOLÊNCIA RACIAL !
DIREÇÃO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Nova Direção Nacional do MNU
Direção Nacional do MNU eleita no XVII Congresso Nacional em Salvador-BA
Ivonei Pires (BA)
Marta Almeida (PE)
Marcelo Dias (RJ)
Ângela Gomes (MG)
Herlon Miguel (BA)
Jacira da Silva (DF)
Carlos Augusto (SE)
Emir da Silva (RS)
Adeildo Araújo (PE)
Comissão de Ética:
Sônia Santos (SP)
Raimundo Bujão (BA)
Adomair O. Ogunbiyi (MA)
Foi aprovado estruturas de Direção os Gts:
Juventude, Quilombolas, LGBT, Reforma Urbana e Mulheres.
Ivonei Pires (BA)
Marta Almeida (PE)
Marcelo Dias (RJ)
Ângela Gomes (MG)
Herlon Miguel (BA)
Jacira da Silva (DF)
Carlos Augusto (SE)
Emir da Silva (RS)
Adeildo Araújo (PE)
Comissão de Ética:
Sônia Santos (SP)
Raimundo Bujão (BA)
Adomair O. Ogunbiyi (MA)
Foi aprovado estruturas de Direção os Gts:
Juventude, Quilombolas, LGBT, Reforma Urbana e Mulheres.
Mulheres do MNU em Marcha!
Estamos em Marcha!!
Vamos que vamos.
Mulheres Negras do MNU preparando a grande Marcha de 13 de maio de 2015.
Vida longa ao MNU.
Vamos que vamos.
Mulheres Negras do MNU preparando a grande Marcha de 13 de maio de 2015.
Vida longa ao MNU.
sábado, 26 de julho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Racismo sem limites nas redes sociais
Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ vai acionar MP para Facebook retirar páginas do ar
Constança Rezende
Rio - Racistas estão usando a rede social
Facebook para promover a intolerância racial de maneira aberta, com nome
e sobrenome e sem medo do artigo 5º da Constituição Federal, que
considera a prática crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena
de reclusão. Nas mais de cinco páginas que derivam da frase “O Racismo
Começa” e o “O Racismo Começa Quando”, são publicadas centenas de
ofensas a negros, que são abastecidas com frequência.
São postadas várias fotos do ditador austríaco
Adolf Hitler — que levou a fornos crematórios milhões de judeus e
ciganos durante a Segunda Guerra — associando sua imagem a frases que
incitam o ódio a negros e outras de conteúdo altamente ofensivo. Há
ainda uma foto do cantor americano Michael Jackson, com os dizeres “Quem
tem fé se cura”. Uma das páginas chega a ter 186 mil curtidas, outra,
mais 32 mil.
Reprodução de página do Facebook tem mais de 32 mil ‘curtidas’: imagens e frases contra direitos humanos
Foto: Reprodução
Para o presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, Marcelo Dias, que soube pelo DIA
da existência das páginas, as publicações são “muito pesadas” e
“povoadas de ódio racial”. “Repudiamos com veemência essas mensagens
racistas que atentam contra a dignidade humana da comunidade negra”,
disse. “Iremos oficiar a Polícia Civil do Rio para identificar os
autores desta ação criminosa e entrar com representação no Ministério
Público para ir na Justiça com uma ação civil pública, obrigando o
Facebook a retirar imediatamente essas mensagens racistas”, declarou.
Dias também afirmou que o racismo tem crescido
porque a legislação não pune quem comete o crime. “No dia em que a
Justiça colocar um desses na cadeia, eles vão pensar duas vezes antes de
destilar esse ódio racial”, disse.
Ódio estaria vinculado à política de inclusão
O superintendente de Igualdade Racial do
estado, Rogério Gomes, afirmou que as páginas têm conteúdo
“flagrantemente” racista e incitam a discriminação. Gomes criticou ainda
“a posição passiva da empresa Google Brasil” pela exibição do conteúdo.
Ele afirmou que enviará ofícios à Polícia Civil para a identificação
dos autores.
“Essas pessoas acham que as mídias sociais são
espaços públicos, e não são. As manifestações se caracterizam ilícitas e
não são livres se violam os direitos humanos. As declarações não são
absolutas, elas devem estar dentro das regras do estado democrático de
direito”, disse.
Gomes avalia que o grande número de comentários
racistas e pessoas aderindo à página podem fazer parte do aumento do
ódio racial vinculado às políticas públicas de inclusão racial. Porém,
afirmou que o povo brasileiro, em sua maioria, não comunga com a
discriminação racial. “Essas páginas são exceções, e como exceções
merecem ser tratadas.”
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Racismo no futebol
O CASO MÁRCIO CHAGAS E O RACISMO NA COPA DO MUNDO.
As organizações internacionais neonazistas e a ideologia secular racista fortalecem o preconceito racial nos estádios de futebol.
Não há fatos isolados, quem expressa o ódio e a supremacia racial incorpora, de fato, a concepção ideológica e a segregação hierárquica de raça e classe social.
Mesmo que inconsciente ou subjetivamente, de algum lugar as pessoas aprendem a distinguir a beleza ou a capacidade intelectual do outro, simplesmente pela diferença da cor da pele ou origem étnica.
Extravasar essas manifestações em lugares públicos de diversão é redimensionar a atitude expressa em seus grupos sociais de formação e de convivência cotidiana.
A discriminação ao indivíduo, seja jogador, árbitro ou torcedor sempre tem um ponto de referência que forma e reproduz um pensamento institucionalizado.
Para quem não debate a questão racial é difícil imaginar que, uma tal ideologia promove a ação de pessoas sobre a classificação da diferença de capacidade de outras pessoas; por raça, credo, ou opção sexual.
Pois bem, tem uma vasta biografia que fala sobre os "grandes" pensadores e teóricos racistas.
Em 2010, a ANLU - A Nossa Luta Unificada - publicou o texto, em anexo, denominado " Neuland".
Trata da interação de organizações racistas e criminosas com os casos de discriminação no Rio Grande do Sul.
Não queríamos criar fantasmas, só dizer que a direita organizada existe, mesmo que seja nucleada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Alguns sabem que, também, algumas instituições liberais, capitalistas e religiosas comungam do desprezo à vida humana e lideram a especulação do capital internacional especulativo, fortalecendo a detenção do poder político imperialista.
O futebol não está longe desses interesses, a magia da bola se transformou em interesse de mercado.
A FIFA impõem regras à instituições financeiras, empresas, clubes e aos poderes de qualquer Estado.
O acesso aos estádios de futebol privatizados, definitivamente, não é mais para assalariados de baixa renda.
Nisto, o preconceito racial e social assola, majoritariamente, negros e brancos pobres.
As denuncias constantes do movimento negro, com certeza, influenciaram a reação do árbitro Márcio Chagas, o que eternamente falta à Pelé, por exemplo.
Contudo, não podemos descontextualizar o mecanismo desses interesses econômicos e suas manifestações ideológicas na realização da Copa do Mundo em nosso país.
A final de contas, grande parte da população está motivada e outra não está nem aí.
Em que time você jogará ?
Por outro lado, a pauta de reivindicações e denuncias dos movimentos sociais e suas manifestações populares são legítimas e não podem ser criminalizadas.
O fato da realização da Copa do Mundo ser num país onde a desigualdade racial é um problema crônico e emblemático, já é uma questão de grande contradição sócio econômica.
Mas enfim, a última foi na África do Sul, e como estão as coisas por lá ?
É bom que já estamos sob grandes polêmicas e debates; o sectarismo ou o censo comum entre os segmentos da sociedade, fazem parte de uma retórica necessária para evidenciar retrocessos ou avanços sociais.
Podemos realizar uma excelente Copa do Mundo com toda estrutura e logística implementada.
Quiçá, tenhamos um resultado positivo em nossa economia em relação ao investimento realizado.
O dinheiro é público, vem do bolso de cada um de nós.
Contudo, o cenário de vulnerabilidade e desigualdade social pode ser propício para ações de impunidade e intolerância.
Por mais que o Brasil tenha reconhecimento internacional, ainda permeia no imaginário estrangeiro o esteriótipo que somos somente; "índios, carnaval, futebol e mulheres".
O contexto facilita o turismo sexual, prostituição infantil, violência e tráfico de mulheres, lavagem de dinheiro, tráfico e aumento do consumo de drogas, crimes e espionagens internacionais.
Bem como, as ações intolerantes de alguns torcedores das várias nações.
Lembremos que, a arrogância neocolonizadora é de origem eurocêntrica.
No entanto não podemos generalizar, pois convivemos em nosso território com todos esses problemas a muito tempo.
Temos que ter muita consciência política para denunciar a violência policial, por exemplo.
Para quem não sabe, foi assim que nasceu o Movimento Negro Unificado em 1978.
Não podemos esconder a nossa realidade embaixo do tapete.
A juventude negra tem sido exterminada em todo o país.
Não podemos esperar que as "evidências" fiquem condicionadas ao Brasil ganhar ou não a Copa.
Urge uma campanha institucional de combate ao racismo, à xenofobia e intolerâncias correlatas.
O caso do árbitro, Márcio Chagas, que sofreu preconceito racial e foi discriminado por torcedores numa partida de futebol na serra gaúcha teve um desfecho positivo na justiça brasileira, que de praxe relega esses fatos á calúnia e difamação e não pune os infratores.
O TJD - Tribunal de Justiça Desportiva-RS, julgou e puniu o Esportivo de Bento Gonçalves ao rebaixamento à divisão de acesso do campeonato gaúcho.
Foi um avanço considerável, porém, a complexidade das manifestações racistas devem ser analisadas, investigadas e combatidas sistematicamente.
Em Porto Alegre, o delegado Paulo César Jardim, vem investigando vários casos de racismo no futebol relacionados com organizações criminosas.
Na década de 2000, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, também, instaurou uma Comissão Especial para Promoção da Igualdade Racial nos Esportes.
As resoluções foram enviadas para a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
E, sabendo que o racismo não é uma manifestação isolada do indivíduo, mas a capacidade ideológica que faz com que o sujeito o reproduza, devemos perseverar, pois as conquistas são resultantes da continuidade da luta.
Emir Silva.
ANLU - A Nossa Luta Unificada.
Campo de Análise, Reflexão e Articulação do MNU - Movimento Negro Unificado.
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