sexta-feira, 22 de agosto de 2014

II MARCHA (INTER)NACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO
36 anos do MNU
Há 36 anos lutamos contra o racismo no Brasil, com solidariedade internacional e horizonte na organização de negras e negros para a construção de um projeto político que supere as subcondições nos impostas.
Nesses anos convivemos lado-a-lado com um Estado genocida, no qual nossa luta por empoderamento e reparação divide tempo com a urgência de sobreviver. Esta sobrevivência se organiza de várias formas, da fuga dos empregos precarizados e informais que tem no negro seu principal alvo à superação dos abortos ilegais e inseguros; do resgate da história perdida, ao combate à violência policial, que faz do homem e mulheres negras vítimas. A cultura do racismo e do medo é base de sustentação da sociedade capitalista.
O Movimento Negro Unificado, desde sua fundação em 1978 luta contra todas as formas de discriminação racial e temos a opinião de que todo preso comum é um preso político.   Extraímos a critica ao sistema de segurança que encarcera em massa o povo negro, sob o discurso falacioso de conter a violência.  As campanhas “Mano, Não morra, Não mate!”,            “Reaja  a violência Racial…”, entre outras realizadas anos atrás, tiveram o papel de transpor a barreira do mito da democracia racial e revelar que o racismo sustenta as práticas do Estado Brasileiro.
Identificamos na contemporaneidade que a instrumentalização do racismo fica mais sofisticada e forte a cada dia, maior inclusive do que nossas poucas vitórias (criminalização do racismo, cotas, criação de organismos).  Para nós uma duas formas que mais aprofundam os projetos genocidas hoje é:  a Violência Policial.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM, do Ministério da Saúde, uma mulher a cada dois dias morre vítima do aborto inseguro; 60% das mulheres que realizaram aborto nos últimos 05 anos estavam na faixa etária de 18 a 29 anos; E o perfil era composto majoritariamente por negras e pobres. Em resposta a esta violência, o que presenciamos são duras reações de ódio e medo das elites - branca e cristã – ao primeiro anuncio do Governo Federal, realizado no ano passado, sobre a inclusão do procedimento de aborto (casos específicos) no SUS.   Assim, existe um crescimento exponencial de projetos misóginos, como o estatuto do nascituro, amplamente apoiado pela bancada evangélica no Congresso Nacional e a cultura da vida de umas em detrimento de outras que são negras.
Infelizmente o critério de escolha para estarmos vivas ou mortas é religioso, o sonho do Estado laico fica cada dia mais distante, e as mortes continuam acontecendo às escondidas, pois por ser aborto um crime, muitas mulheres morrem na clandestinidade.
 
A criminalização da pobreza promovida pelo racismo impõe grandes barreiras ao desenvolvimento dos territórios ocupados pelos negros e negras. A soma racismo + empobrecimento + criminalização, cria um caldo fértil para justificar mais uma vez a ausência do Estado de Direito e a presença do crime organizado. Este último, atual mote das incursões policiais nas favelas, ocupações e periferias das grandes e pequenas cidades, que indiscriminadamente faz vítimas milhões de jovens negros com o discurso da “guerra as drogas”.
Segundo estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - Mapa da Violência de 2014: Os Jovens do Brasil.
O homicídio de jovens em 2012 pode ser considerado, nos termos da pesquisa, como uma “verdadeira pandemia”. Os números são assustadores e revelam que, se em 2012 o IBGE contabilizou 52,2 milhões de jovens, cerca de 26% da população brasileira, o número de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos, neste mesmo período foi de 30.072, equivalente a 53,4% de todos os homicídios ocorridos no pais, cerca 56 mil. O número total de homicídios no estudo é comparado a média de 1,4 “Massacre do Carandiru” todos os dia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E a comparação não é à toa, pois mais de 90% destes assassinatos acometem homens negros, os mesmos que tombaram no presídio de São Paulo em 1992.
Os números acima revelam que a notificação destes casos (que ainda é pouca) trás à tona um fenômeno alarmante, que para nós sempre foi sombra do racismo e na atualidade vem operando com mais fôlego. Somado a esta situação a resposta das elites econômicas e políticas é a aplicação indiscriminada do direito penal, dos projetos inconclusos de redução da maioridade penal e a corriqueira prática dos autos de resistência como elemento preponderante para não investigar as mortes do lado de cá da fronteira racial.
Nesse sentido, a II Marcha (Inter) Nacional contra o Genocídio do Povo Negro é uma estratégia de visibilidade do racismo e combate desta opressão material e simbólica que nos cabe construir. Não se cala diante das baixas que contamos todos os dias e é dever de todo preto que se respeita!
Para nós não existe negociações quando a questão, é estarmos vivos e vivas, como sujeitos de direito.  Somamo-nos ao movimento negro nacional e internacional nesta luta e nossas secções estarão nas ruas no dia 22 de Agosto para denunciar Estado e Governos que não medem esforços para nos eliminar. 
 
 
 
 
DIREÇÃO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO
 

MNU: 36 anos de Combate ao Racismo e ao Genocídio do Povo Negro

Publicado em 22/08/2014
Há 36 anos , que nós militantes do Movimento Negro Unificado, lutamos contra o racismo no Brasil, com solidariedade internacional e horizonte na organização de negras e negros para a construção de um projeto político que supere as subcondições nos impostas. Nesses anos convivemos lado-a-lado com um Estado racista genocida, no qual nossa luta enquanto negros e negras,por empoderamento e reparação divide tempo com a urgência de sobreviver. Esta sobrevivência se organiza de várias formas, da fuga dos empregos precarizados e informais que tem na negrada seu principal alvo, à superação dos abortos ilegais e inseguros; do resgate da história ocultada dos descendentes de africanos, ao combate à violência policial, que faz do homem e mulheres negras vítimas cotidianamente. A cultura do racismo e do medo é base de sustentação da sociedade capitalista eurocêntrica , a mesma que a mais de 500 anos acumula à custa do trabalho escravo no país e que até hoje investe em políticas de limpeza étnica.
O Movimento Negro Unificado, desde sua fundação em 1978 luta contra toda as formas de discriminação racial. Sempre concebemos que todo preso comum é um preso político, desde aí extraímos a critica ao sistema de segurança que encarcera em massa o povo negro, sob o discurso falacioso de conter a violência. As campanhas “Mano, Não morra, Não mate!”, “Reaja contra a violência Racial …”, entre outras realizadas anos atrás, tiveram o papel de transpor a barreira do mito da democracia racial e revelar que o racismo sustenta as práticas do Estado Brasileiro, vivas   na execução do Código Penal, na atual política de Segurança Pública e de Drogas.
Identificamos na contemporaneidade que a instrumentalização do racismo fica mais sofisticada e forte a cada dia,negros e negras estão sendo expostos nas ruas a crimes semelhantes a barbárie como o caso Claudia. Para nós, as duas formas que mais aprofundam os projetos genocidas hoje são:  a Violência Policial e a Hegemonia de um Estado Eurocêntrico , não laico. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, do Ministério da Saúde, uma mulher a cada dois dias morre vítima do aborto inseguro; 60% das mulheres que realizaram aborto nos últimos 05 anos estavam na faixa etária de 18 a 29 anos; E o perfil era composto majoritariamente por negras e pobres. Em resposta a esta violência, o que presenciamos são duras reações de ódio e medo das elites – branca e cristã – ao primeiro anuncio do Governo Federal, realizado no ano passado, sobre a inclusão do procedimento de aborto (casos específicos) no SUS. Assim, existe um crescimento exponencial de projetos misóginos, como o estatuto no nascituro, amplamente apoiado pela bancada evangélica no Congresso Nacional e a cultura da vida de umas em detrimento de outra (negras). Infelizmente o critério de escolha para estarmos vivas ou mortas é religioso, o sonho do Estado laico fica cada dia mais distante, e as mortes continuam acontecendo às escondidas, pois por ser aborto um crime, muitas mulheres morrem na clandestinidade, subnotificadas.
Se a grande parcela das mulheres negras morre tentando evitar a gravidez indesejada, quando esta etapa é superada filhos e filhas nascem, e a violência é tão pesada quanto à do aborto ilegal e inseguro. Salvo algumas exceções, mães e filhos/as sobrevivem na completa exclusão social, em famílias desestruturadas, e em territórios de conflito. A criminalização da pobreza promovida pelo racismo impõe grandes barreiras ao desenvolvimento dos territórios ocupados pelos negros e negras. A soma racismo +patriarcalimos+ empobrecimento + criminalização, cria um caldo fértil para justificar mais uma vez a ausência do Estado de Direito e a presença do crime organizado. Este último, atual mote das incursões policiais nas favelas, ocupações e periferias das grandes e pequenas cidades, que indiscriminadamente faz vítimas milhões de jovens negros com o discurso da “guerra as drogas”.
Segundo estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais – Mapa da Violência de 2014: Os Jovens do Brasil – o homicídio de jovens em 2012 pode ser considerado, nos termos da pesquisa, como uma “verdadeira pandemia”. Os números são assustadores e revelam que, se em 2012 o IBGE contabilizou 52,2 milhões de jovens, cerca de 26% da população brasileira, o número de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos, neste mesmo período foi de 30.072, equivalente a 53,4% de todos os homicídios ocorridos no pais, cerca 56 mil. O número total de homicídios no estudo é comparado a média de 1,4 “Massacre do Carandiru” todos os dia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. E a comparação não é à toa, pois mais de 90% destes assassinatos acometem homens negros, os mesmos que tombaram no presídio de São Paulo em 1992.
Os números acima revelam que a notificação destes casos (que ainda é pouca) trás à tona um fenômeno alarmante, que para nós sempre foi sombra do racismo e na atualidade vem operando com mais fôlego. Somado a esta situação a resposta das elites econômicas e políticas é a aplicação indiscriminada do direito penal, dos projetos inconclusos de redução da maioridade penal e a corriqueira prática dos autos de resistência como elemento preponderante para não investigar as mortes do lado de cá da fronteira racial.
Nesse sentido, a II Marcha (Inter) Nacional contra o Genocídio do Povo Negro é uma estratégia de visibilidade do racismo e combate desta opressão material e simbólica que nos cabe construir. Não se cala diante das baixas que contamos todos os dias é dever de todo preto que se respeita! Para nós não existe negociações quando a questão é estarmos vivos e vivas, como sujeitos de direito. Somamos-nos ao movimento negro nacional e internacional nesta luta e nossas secções estarão nas ruas no dia 22 de Agosto para denunciar o Estado e Governos que não medem esforços para nos eliminar. Frente ao Genocídio do povo negro , nós do  Movimento Negro Unificado  somaremos  e ecoaremos um coro para  dizer BASTA DE RACISMO,REAJA A VIOLÊNCIA RACIAL !

DIREÇÃO NACIONAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

104 XVII Congresso do MNU


O futuro do MNU.

Nossas crianças.

Nova Direção Nacional do MNU

 Direção Nacional do MNU eleita no XVII Congresso Nacional  em Salvador-BA
    Ivonei Pires (BA)
     Marta Almeida (PE)
     Marcelo Dias (RJ)
    Ângela Gomes (MG)
    Herlon Miguel (BA)
   Jacira da Silva (DF)
   Carlos Augusto (SE)
   Emir da Silva (RS)
   Adeildo Araújo (PE)

      Comissão de Ética:
Sônia Santos (SP)
Raimundo Bujão (BA)
Adomair O. Ogunbiyi (MA)

Foi aprovado estruturas de Direção os Gts:
         Juventude, Quilombolas, LGBT, Reforma Urbana e Mulheres.






Juventude do MNU.

Jovens do MNU  na luta contra o Racismo!



Mulheres do MNU em Marcha!

Estamos em Marcha!!
Vamos que vamos.
Mulheres Negras do MNU preparando a grande Marcha de 13 de maio de 2015.
Vida longa ao MNU.











Começou os debates no plenário e após trabalhos de grupo:
Abertura do XVII Congresso Nacional do M.N.U
Show de abertura com o Bloco Afro Ilê Aiyê, no Pelourinho, em Salvador na última sexta (15/08/04)
O êxtase da musicalidade e expressão Ancestral Africana.